Texto base: Romanos 8:26-27
Introdução
Ao planejar a grande obra de salvar pecadores, Deus proporcionou duas dádivas: o seu Filho e o seu Espírito. De fato, todas as pessoas da Trindade estavam envolvidas nessa tão grande obra de salvação.
O amor, a graça e a sabedoria do Pai a planejou; o amor, a graça e a humildade do Filho a adquiriu; o amor, a graça e o poder do Espírito Santo capacitou pecadores a crer e a recebê-la.
O Espírito Santo, desde o antes da fundação desse mundo, executava ações, e continuará cumprindo com seu papel por toda a eternidade.
Romanos 8:26-27 “26. Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. 27. E aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus”
1. As obras do Espírito Santo
Afinal de contas, quais são as obras que o Espírito realiza?
1.1 Antigo Testamento:
O Espírito Santo deu habilidades com frequência para as pessoas, para um serviço especial.
A Josué deu dons de liderança e sabedoria; deu habilidades aos juízes para que libertassem a Israel de seus opressores; Deu as habilidades necessárias a Davi, para que cumprisse com a tarefa de reinar, para a qual Deus havia chamado; Já no A.T. temos a promessa de que esse Espírito repousaria sobre o Messias, Isaías 11:2-3: “O Espírito do Senhor repousará sobre ele, o Espírito que dá sabedoria e entendimento, o Espírito que traz conselho e poder, o Espírito que dá conhecimento e temor do Senhor. E ele se inspirará no temor do Senhor. Não julgará pela aparência, nem decidirá com base no que ouviu”.
Algo importante, pode ser que tenhamos o entendimento de que o Espirito Santo não atuou no A.T., mas somente no N.T., mas vemos claramente que Ele sim atuou, aliás a Trindade atuou ativamente sempre!
1.2 Novo Testamento:
João Batista foi cheio do Espírito Santo desde que estava no ventre de sua mãe;
Quando Jesus foi batizado, o Espírito desce em forma corporal em Cristo, e nesse momento Jesus inicia sua obra;
Em Pentecostes, temos o cumprimento da promessa, de que nos últimos tempos o Espírito seria derramado sobre toda carne, aqui vemos sim uma diferença com relação ao A.T. onde o Espírito estava sobre as pessoas, e em Pentecostes o Espírito passa a viver nos cristãos. Atos 1:8 “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”;
O Espírito nos dá poder para testemunhar do Evangelho;
O Espírito:
Realiza o Novo Nascimento (Jo. 3)
Nos convence do pecado, nos capacita a crer em Cristo (Jo. 16)
Nos ensina (Jo. 14:26)
Nos guia em toda a verdade (Jo. 16)
Glorifica a Cristo, e não a Ele mesmo (Jo. 16)
Nos dá os dons necessários para a nossa edificação (I Co. 12)
Intercede por nós cada vez que oramos (Ro. 8:26)
Por meio Dele, temos acesso a Deus (Ef. 2:18)
Nos dá segurança de que somos filhos de Deus (Ro. 8:16)
2. O Atuar do Espírito quando oramos
O grande Reformador, João Calvino, em seu livro “A Instituição da Religião Cristã” ou “Institutas”, escreveu sobre os assuntos mais básicos da fé cristã, com o objetivo de que todo aquele que crê em Cristo, possa conhecer esses assuntos básicos, para viver uma vida piedosa.
Oração
O mais longo capítulo das Institutas é dedicado à oração, que Calvino chamou “o principal exercício da fé e o meio pelo qual recebemos diariamente os benefícios de Deus”. Porém, se toda a vida cristã, desde o primeiro passo até a perseverança final, é um dom de Deus, por que orar? A resposta é que os fiéis não oram para informar ou convencer Deus de alguma coisa, mas para expressarem sua fé, confiança e dependência dele.
Calvino propôs quatro regras para a oração:
(a) reverência: evitar toda ostentação ou arrogância;
(b) contrição: deve proceder de um coração arrependido;
(c) humildade: ter em mente a glória de Deus;
(d) confiança: firme esperança de que a oração será respondida. Isso se aplica tanto à oração individual quanto às orações coletivas da igreja. A oração é a parte principal do culto a Deus (Is 56.7; Mt 21.13).
Definição de Calvino: “Orar significa, acima de tudo, submetermos completamente a Deus, e esperar como filhos a manifestação da sua vontade” João Calvino.
A oração tem impactado os filhos de Deus de todas as épocas.
Menno Simons, quem podemos dizer que foi o fundador da denominação Menonita, também falou sobre a mesma, ele dizia que a oração deve ser feita em silêncio.
Oração é comunicação direta com Deus, não precisamos de wifi, nem de um bom sinal, não precisamos de crédito, não precisamos de um smartfone de última geração, não precisamos de bateria, tudo o que precisamos para orar é disposição!!
O Apóstolo Paulo muito falou e ensinou sobre a oração:
Devemos orar em todo o tempo;
Devemos orar por nossas autoridades;
Mas Paulo ensinou algo muito interessante sobre a oração:
Ilustração
Um pai não deixará que seu filho jovem pilote uma moto potente.
Dessa forma um pai sabe o que é melhor para seus filhos, assim também é a Vontade de Deus para todos os filhos.
Romanos 8:26-27 “26. Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. 27. E aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus”
Palavras chaves:
Fraqueza: a tradução no grego da palavra “asdséneia” é literalmente debilidade.
Dessa mesma forma, nós não sabemos orar, porque somos debeles!
Orar: proseújomai, significa orar pedir. O importante sobre essa palavra, é que esse verbo está na primeira pessoa do plural. Paulo ele incluiu a todos, inclusive ele. Ele não fala “vocês não sabem orar...”
Quem inicia a oração somos nós.
Vontade de Deus:
O ponto central que Paulo nos ensina, é que quando oramos, não é a nossa vontade que será feita, mas sim a de Deus. E não importa se vamos ficar declarando para baixo e para cima, ou se vamos pedir, quando oramos o Espírito intercederá por nós, não segundo as nossas palavras ou vontades, mas sim de acordo com a vontade de Deus.
Não são as nossas palavras poderosas, mas sim a Palavra de Deus.
Saber que quando oramos, o Espírito está intercedendo por nós, é um motivo de grande alegria, de descansar, de confiar. Pois sei que o melhor virá, o perfeito virá, ou pensamos que sabemos mais que o Deus Todo Poderoso, o que é melhor para nós mesmos? Sinceramente espero que a resposta de cada um aqui presente seja “não”!
3. Aplicação do texto / DESAFIO
Orar é uma ação!
Temos orado muito ou pouco?
Qual é a nossa atitude com a oração? Nós a praticamos pensando que tudo que pedirmos será feito? Ou nossa atitude ao orar é de submetermos completamente a Deus, e esperar como filhos a manifestação da sua vontade?
Lanço aqui hoje um desafio a todos nós, que oremos mais, com todas as forças, sabendo que sempre o Espírito Santo estará intercedendo por nós.
Conclusão
Quando oramos, não é a nossa vontade que será feita, mas sim a de Deus.
Perguntas aos PGs
Perguntas para conversar em grupo:
Felipe R. Alves